quarta-feira, 17 de julho de 2013

Camila segue caminho


Queremos agradecer o carinho do público que compareceu na temporada na Usina do Gasômetro. Foi bem bom. Teatro tem dessas riquezas. Contato direto com as pessoas, amadurecimento do trabalho com as constantes apresentações. Camila é a mesma, mas com muitas diferenças desde sua estréia. Teatro é vivo. E está realmente vivo quando palco e platéia respiram juntos. Valeu!!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Carta da escola

                  O ensino de teatro no Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores (CMET) Paulo Freire está estruturado em dois níveis: curricular (obrigatório) e extra curricular (oficina opcional). Tanto para alunos ouvintes como para surdos (que possuem turmas exclusivas devido a língua).
Para alunos ouvintes O currículo dito obrigatório, dentro da grade curricular, está organizado da seguinte forma:
- Totalidade 4 (equivalente as antigas 5ª.  e 6ª. Séries do fundamental, tem foco centrado na expressão corporal.Pesquisa a consciência corporal e seus limites, funções, movimentos e localização no tempo/espaço.
-Totalidade 5 (antiga 7ª. Série) propicia o prazer da descoberta do jogo, tendo foco na improvisação teatral
- Totalidade 6 centra-se na utilização do texto (dramático ou não) no jogo.
Assim alunos de totalidade 6 encenam pequenas peças ou cenas de peças, poesias ou mesmo adaptações de textos, inicialmente não tidos como teatrais. Muito importante nessa trajetória é a fruição: ou seja, a possibilidade de assistir peças e ter contato com profissionais da área a fim de se estabelecer uma mediação entre o teatro na escola e o teatro na vida da cidade
 Esse aspecto por vezes é dificultado pois quase não há  oferta de projetos com esse fim na cidade. O próprio Porto Alegre em cena ignora essa parcela da população e não tem ações de mediação junto aos estudantes e professores (ao contrário do que se verifica na Bienal do MERCOSUL).
Assim, foi com grande entusiasmo que acolhi a proposta de Suzana Saldanha e Márcia do Canto de realizarem ensaios abertos no CMET. Foi uma rara oportunidade dos alunos e comunidade em geral conviverem com o fazer cênico profissional. Assim além de assistirem ao ensaio e realizarem debate com a atriz e equipe sobre o texto e relação com a vida, bem como a quantidade de profissionais envolvidos numa montagem. Os alunos também  leram o texto de Márcia e, as turmas de totalidade 6, do turno da tarde experimentaram montar uma adaptação do mesmo, que foi encenada no mês de julho em audição pública com a presença da atriz e autora, o que muito nos honrou. Sem dúvida foi um momento marcante no CMET que fomentou nosso projeto pedagógico ao longo de um semestre, não apenas com as turmas de teatro, mas também com turmas de etapas iniciais de alfabetização (totalidades 1,2 e 3), que culminou com o envio de dezenas de cartas para a Camila.
Assim resulta, além do prazer do saber adquirido pela experiência*, o espaço aberto a um número infinito de possibilidades de projetos e estudo estimulados pelo ato inicial de assistir uma peça. *É experiência aquilo que “nos passa” ou nos toca, ou nos acontece, e ao nos passar nos forma e nos transforma. Somente o sujeito da experiência está, portanto, aberto à sua própria transformação. (LARROSA, 2001, p.26).
                      Que “O mundo de Camila, o livro em cena” continue sua exitosa trilha e parceria no desvelamento de muros existentes entre e vida e a escola, ao mesmo tempo em que encanta corações.
   Longa vida Camila.

                                                Isaias Quadros
                                                Professor de teatro do CMET
                                                Setembro de 2012